O número de mortos pode estar perto dos 50, segundo as estimativas do
jornalista Maxim Eristavi, em declarações à BBC. “O número de mortos é
impressionante. Eles [as autoridades] pensam aproximar-se de 50”,
afirmou. A mídia local aponta para 35 mortos esta manhã, mas o número
pode subir à medida que vêm chegando relatos de novos cadáveres
encontrados.
Principais acontecimentos do dia 19.02.2014.
1:13 - Merkel não conseguiu falar (ao telefone) com Yanukovych. EUA pedem para afastar os truculentos.
1:34 - Ativistas de Odessa não conseguiram impedir a ida do Berkut a Kyiv.
1:34
- Está queimando o prédio dos sindicatos em Kyiv, sede da resistência
nacional. Os bombeiros estão apagando o fogo. Todas as pessoas
conseguiram sair.
1:42 - O Ministério do Exterior da Rússia culpou o Ocidente pela situação na Ukraina.
1:51
- Polícia abriu processo penal devido a captura da Administração
Estatal Regional de Ivano-Frankivsk. A responsabilidade máxima sob esta
seção, na forma de prisão, é de seis anos. Também foram capturadas as
administrações regionais do Ministério do Interior.
2:15
- Os líderes da oposição não conseguiram nenhum acordo com Yanukovych.
"O presidente disse que apenas havia uma saída - deixar tudo, limpar
Maidan, e todos devem ir para casa". É tudo o que o presidente disse,
acrescentando que a responsabilidade pelas mortes das pessoas recai
sobre a oposição, contou Klychko.
2:16 - Em Lviv, os protestos tomaram o setor do exército, procuradoria e o Serviço de Proteção da Ukraina.
Os
militares deixaram a sede sem luta. Porém, devido aos coquetéis
Molotov, que uma parte dos protestantes jogava do quartel, pegou fogo.
As pessoas tentam apagar o fogo com baldes d'água, sem resultado. No
local há, mais ou menos 10 mil pessoas. Suas atividades não são
coordenadas, enquanto uns tentam apagar o fogo, outros jogam coquetéis
Molotov.
Os protestantes conseguiram entrar no prédio do Serviço de proteção da Ukraina. Não houve resistência.
O
prefeito de Lviv Andrii Sadovyi chamou os acontecimentos na Ukraina
"Catástrofe humanitária", cuja culpa é do governo. "Em particular
dirijo-me aos trabalhadores das estruturas de força de Lviv, venham e
voltem suas armas para proteção das pessoas - seus familiares, vizinhos e
amigos. Compreendam - a menor agressão de sua parte às pessoas terá
força multiplicada em resposta, e contê-la será impossível, - escreveu
ele no Facebook. No entanto, Sadovyi conclamou também os manifestantes
ao comedimento: "Povo de Lviv, abstenham-se de justiçamentos, hoje, como
nunca precisa agir friamente", - disse Sadovyi.
Os hospitais estão prontos para receber os feridos.
"Os pais devem acompanhar os filhos à escola, também no retorno" - acrescentou o prefeito.
2:18 - Fredom House: Yanukovych deve renunciar porque perdeu a legitimidade.
3:08 - Em Kyiv, desconhecidos mataram dois funcionários do DAI (Inspeção rodoviária estatal).
3:29
- Na ilha Trukhanov em Kyiv encontraram um corpo com lencinho de
autodefesa do Maidan no pescoço. O corpo foi identificado pela cópia de
documentos, como de Volodymyr Naumov, da aldeia Shevchenko. A versão
oficial é que a pessoa pulou da ponte de pedestres.
3:48
- Yanukovych ameaça os dirigentes da oposição com abertura de processos
penais, diz o líder do partido Pátria Arsenii Yatseniuk. "As
negociações acabaram em nada, Yanukovych considera que a oposição não
observa acordos", - escreveu Yatseniuk no Facebook.
Segundo
Yatseniuk à posição da oposição restava apenas uma saída proposta pelo
governo: desistência e abandono do território do Maidan.
"Porquanto
não foi declarada trégua, e desejo disto o governo não tem, então nós
realmente estamos no limiar da página mais dramática da história do
nosso país", - disse Yatseniuk.
"Nós vamos ficar com as
pessoas. No Maidan as pessoas são pacíficas, e estas pessoas tem o
direito de ficar aqui e continuar o seu protesto pacífico," - disse o
político.
4:28 - Os truculentos novamente avançaram ao Maidan. Algumas tendas estão queimando. Pegou fogo o prédio da Conservatória.
5:13
- Em Lutsk aproximadamente 150 ativistas piquetearam a repartição do
Ministério do Interior da Ukraina. O sub-dirigente Volodymyr Polishchuk
pediu aos manifestantes para se dispersarem, porque os policiais
"Também são filhos de alguém". Mas os ativistas lhe lembraram os mortos
em Kyiv e lhe apresentaram uma declaração que ele, Polishchuk, condena a
violência em Kyiv e conclama os truculentos de Volyn, que aí se
encontram, ir embora. Polishchuk concordou. Ainda os ativistas
danificaram as rodas do ônibus em que estavam os policiais. Eles foram
obrigados descer do ônibus e foram conduzidos pelo "corredor da
vergonha" ao interior da repartição. Depois disso os manifestantes foram
piquetear o escritório do Partido das Regiões.
5:52 - Yanukovych lembrou à oposição: ou se benzem dos ativistas, ou prisão.
6:26
- No hospital morreu o jornalista do jornal "Vesty" (palavra russa,
significa levar, conduzir, jornal de Moscou) Viacheslev Veremii. Ele
estava num táxi com seu colega Oleksii Lemarenko. Quando o táxi parou no
sinal, pessoas com bastões e armas, em capacetes, camuflagem e máscaras
pretas começaram balançar o carro e lançar sobre ele coquetéis Molotov.
As pessoas foram retiradas e brutalmente espancadas. O motorista foi
ferido na perna, Lemarenko teve o rosto desfigurado e Veremii recebeu um
tiro no peito.
9:37 - Em Lutsk queimaram os escritórios dos partidos Comunista e das Regiões.
9:40
- Como chegar a Kyiv: há caminhos fechados, isto é, quase todas
rodovias tem as pistas com aterros de areia, apenas com uma faixa livre.
Em todos os locais está DAI (inspeção rodoviária estatal)). Apenas está
livre a entrada de Veshhorod.
Na capital, até 2 quilômetros
ao redor do Maidan está a inspeção rodoviária estatal com 3 ou mais
carros. Até nas pequenas travessas está DAI com autômatos. Eles revistam
o interior dos carros, inclusive bagageiros.
10:56
- O Conselho Popular de Lviv assumiu total responsabilidade pelo
destino da região e assumiu o controle de todos os departamentos
executivos. Na presidência do Conselho Petró Kolodii, representante dos
deputados, autodefesa, outras organizações, ativistas da comunidade,
conhecidos intelectuais. Permanecem os Conselhos escolhidos pela
população. O principal objetivo é apoio à proteção da vida, da lei e da
ordem e colaboração no envio de ativistas a Kyiv, e abastecimento do
Maidan de Kyiv com tudo o que for possível.
11:01 - Dólar sobe para 8,99 UAH.
11:34 - Hrytsenko: Ministro da Defesa ordenou engajar os militares.
11:51 - Zakharchenko diz não sentir responsabilidade pelo derramamento de sangue.
11:58
- Kolesnichenko diz, que as mortes no Maidan - na consciência de
Merkel, devido a sua intolerância. Klychko e Yatseniuk receberam de
Merkel carta branca para forçar a questão. Ele também está indignado com
outros líderes europeus. Ele acha que o presidente da Polônia e os
representantes dos EUA que, segundo ele ocupavam-se com provocações,
financiam esta situação.
(O
cara, no íntimo, sente a própria culpa e tenta enganar a si mesmo.
Nunca li nada desse tipo nas declarações das pessoas citadas - OK). E,
não há necessidade de decretar Estado de Emergência na Ukraina, porque
Maidan é um conflito local, "chupado do dedo".
12:16 - Yanukovych após se recusar à negociação anunciou dia de luto pelos manifestantes mortos, dia 20 de fevereiro.
12:23 - UE prepara sanções urgentes por causa da escalada da violência na Ukraina
Imprensa mundial sobre Ukraina:
12:25
- Rússia acusou o Ocidente pelo favorecimento da revolução "marrom" na
Ukraina e declarou que colocará em andamento toda sua "influência" para
que haja paz na Ukraina
12:48 - Os trens de Lviv e Frankivsk estão interditados.
12:55 - O risco de "default" na Ukraina ultrapassou 60%.
13:04
- No Maidan estão, mais ou menos 5.000 pessoas. Principalmente são
pessoas que trouxeram comida, roupas quentes, água e remédios, e também
cidadãos comuns que vieram apoiar os protestantes. Na praça central tem
uma grande quantidade de pessoas da autodefesa do Maidan. A maioria está
tensa, dizem que não vão deixar o local do confronto. Eles estão
separados dos policiais por um aterro de meio metro com pneus, troncos e
tábuas em chamas.
O incêndio na Casa dos Sindicatos continua
no 5º andar. Periodicamente ouvem-se quedas da estrutura e dos vidros.
Alguns manifestantes esforçam-se para retirar do edifício as cobertas e
os alimentos. Periodicamente ouvem-se explosões de petardos porém as
partes abstém-se de operações ofensivas.
Próximo a barricadas
há grande quantidade de jornalistas europeus. Os protestantes, de
prédios em construção na Praça São Miguel e Casa dos Sindicatos, extraem
materiais para reforçar as barricadas. Há muita fumaça. No território
da Catedral São Miguel tem um ponto de recolhimento de remédios. Os
protestantes ajudam os feridos chegar à Catedral. Em frente da igreja há
cerca de 300 pessoas. São habitantes de Kyiv que trazem comida,
medicamentos e roupas quentes.
Dentro do mosteiro organizaram o pernoite, muitos médicos selecionam os remédios.
A
igreja recebeu mais de 100 pessoas. Aqui fizeram até cirurgias
difíceis, todo refeitório está destinado aos feridos. Os médicos
trabalharam a noite toda.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
Nenhum comentário:
Postar um comentário