Mídia global sobre o escândalo diplomático: Kremlin semeia discórdia entre os países ocidentais ou procura uma nova "Guerra Fria".
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 07.02.2014
Olga Vorozhbyt
O
escândalo com a publicação de conversas privadas dos diplomatas
americanos e europeus, que discutiam a situação na Ukraina, por um tempo
tornou-se o principal tópico da mídia mundial. A maioria concorda, que
ao "derrame" participou Rússia e veem nisto o desejo de irritar os
países do Ocidente e minar a possibilidade de regulação da situação na
Ukraina através da eleição de um novo governo de oposição.
A
ocorrência simultânea de gravações diplomáticas de europeus e dos EUA,
independentemente de sua origem e veracidade, foram, de acordo com a Reuters a
fim de desacreditar as potencias ocidentais e para retratar a oposição
ukrainiana como peões ocidentais e enraivecer entre si Bruxelas e
Washington.
Rússia tem interesses próprios,
para considerar as atividades do Ocidente na Ukraina como ingerência na
política interna, e desvendando a gravação da conversa entre o
embaixador dos EUA Jeffrey Payyett e secretário adjunto de Estado dos
EUA Victoria Nuland esforça-se para semear mais tentativas de discórdia
entre UE e EUA, - considera o jornal alemão Die Welt.
"A
palavra com a letra "F" é um tabu na América. Pessoas com boas maneiras
evitam-na. Agora, deliberadamente, a introduz contra UE o diplomata de
alto escalão americano, e deve pedir desculpas por isso", - diz Die
Welt.
"A conversa de Nuland com Payyett torna
claro, com que intensidade o Ocidente, especialmente os EUA, ocupam-se
com os acontecimentos atuais na Ukraina e o que eles pensam sobre os
líderes da oposição", - escreve Die Welt.
Mais
uma conclusão deste "vazamento" é que "não somente a NSA (National
Security Agency) americana é capaz de escutar conversas supostamente
confidenciais.
Este registro, de acordo com Die
Welt, representa a inteligência russa. "Moscou tem interesse
significativo, para considerar as atividades do Ocidente na Ukraina como
interferência do Ocidente na política interna e ao mesmo tempo para espalhar mais um pouco de discórdia entre USA e UE", - considera a publicação.
"Tensas
manobras russo-americanas ao redor da Ukraina agravaram-se na
quinta-feira, quando o funcionário do Kremlin acusou Washington de
"interferência grosseira nos assuntos da ex-república soviética,
enquanto a administração Obama acusou Moscou em propagação da
interceptação de conversa privada entre diplomatas americanos", -
escreve The New York Times.
Segundo a
publicação com o surgimento na internet desta gravação ficou clara a
atitude americana à crise política na Ukraina, já que os dois diplomatas
discutiram abertamente a provável composição do novo governo.
Os acontecimentos no dia anterior da abertura dos Jogos Olímpicos de inverno em Sochi enfatizam
o confronto por influência aqui (na Ukraina - Redação), que se
assemelham cada vez mais com aquilo, que havia nos tempos da "guerra
fria", considera The New York Times.
"*F*ck the EU!, gíria do conselheiro Ragozin?", - sugere a edição polonesa TVP.info.
De
acordo com o jornal, um dos primeiros que publicou esta conversa
on-line era conselheiro do vice-primeiro-ministro da Rússia Dmitry
Ragozin, Dmitry Loskutkov, mas os meios de comunicação russos, relatam
que os diplomatas dos EUA discutem abertamente, quem da oposição
ukrainiana se encaixa, e quem não, para o cargo de primeiro-ministro,
evitando respostas negativas, que ocorrem durante uma conversa sobre
possíveis ações da Rússia quanto a Kyiv.
O
consultor Sênior para Europa deveria ter atenuado a decepção dos
europeus com USA, em vez disso ela, parece ter alimentado esse
sentimento de novo - considera Spiegel Online.
"Victoria
Nuland - diplomata segundo todas as regras. Filha de um professor de
medicina, foi secretária de imprensa da Secretária de Estado Hillary Clinton,
e desde o ano passado tem sido principal conselheiro do presidente
Obama. Mulher de 52 anos responde pelo serviço profissional e
recentemente, com honra completou uma delicada turnê pela Europa
relacionada ao pedido de desculpas por causa do escândalo pela escuta da
NSA. Mas agora, ela cometeu uma gafe que pode agravar uma excedente
carga a já tensas relações entre Europa e EUA", diz a publicação.
Se os russos realmente queriam a possibilidade de ajustar a situação na Ukraina através
do estabelecimento de um governo de oposição transitória, então a
conversa privada de Nuland é a anulação disso, na opinião dos
especialistas, - escreve The Daily Beast.
Assim,
como escreve a edição Toby Gate, o ex-especialista da Casa Branca em
relação a Rússia, defendeu Nuland, observando que ela simplesmente
admitiu, que UE é um obstáculo para o acordo na Ukraina.
Nuland
"de forma abreviada manifestou o seu desapontamento com a inaptidão da
UE de encontrar uma saída nesta situação, para encontrar uma solução", -
declarou Gate no comentário da publicação.
"O que ela diz, é que, temos uma crise aqui e precisamos nos mover, e nós não podemos trabalhar com a UE, como de costume".
Tradução: Oksana Kowaltschuk
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