Ucrânia liberta da cadeia todos os manifestantes, oposição cede parcialmente
Muitos vão ser colocados em prisão domiciliar e as queixas só
serão retiradas se as exigências das autoridades forem cumpridas até
segunda-feira. Oposição vai agilizar ocupações e barricadas, mas
promete manter o "controle" nas ruas.
os opositores de Yanukovitch não vão sair totalmente dos edifícios públicos IURY KIRNICHNI/AFP
Os 234 manifestantes ucranianos que ainda estavam detidos por causa
dos protestos dos últimos meses foram libertados nesta sexta-feira, mas
muitos deles vão permanecer em prisão domiciliár até que a oposição
cumpra as exigências do Governo de Viktor Yanukovitch.
O procurador-geral, Viktor Pshonka, anunciou que todas as queixas serão retiradas – ao abrigo da polêmica lei da anistia,
aprovada em finais de Janeiro – se até segunda-feira os opositores de Yanukovitch desocuparem os edifícios públicos, como a Câmara Municipal
de Kiev, e levantarem as barricadas que cortaram o trânsito na rua
Hrushevskyi, que dá acesso ao Parlamento e à sede do Governo.
Depois
do anúncio, Viktor Yanukovitch apelou à oposição que responda com cessões, mas não deixou de fazer referência a possível uso da
força.
"Temos meios para pôr as pessoas na ordem, mas não queremos
que os inocentes sofram. (…) Não quero a guerra; quero salvaguardar o
Estado e retomar um desenvolvimento estável", disse o Presidente, numa
comunicação televisiva.
"Apelamos à oposição para que faça também
algumas concessões. Os apelos a uma luta sem perdão, à luta armada, são
perigosos", afirmou.
Em nome da oposição, o ativista Andri
Dzindzia, da organização não-governamental de defesa dos direitos
humanos Road Control, disse que as exigências das autoridades irão ser
cumpridas "parcialmente" .
"A ideia é que alguns manifestantes
fiquem [na rua Hrushevskyi] para controlarem a rua. Não vamos sair de lá
totalmente", disse. O mesmo ativista fez saber que alguns
manifestantes irão também permanecer no edifício da Câmara Municipal de
Kiev.
A saída da prisão dos últimos 234 manifestantes surge na
sequência da lei da anistia aprovada em Janeiro pelo Parlamento. Para
que os manifestantes detidos durante os protestos fossem libertados, os
edifícios governamentais ocupados teriam de ser abandonados e as
barricadas no centro de Kiev desmontadas nas duas semanas seguintes, um
prazo que termina na próxima segunda-feira.
A oposição respondeu
que a desocupação dos edifícios governamentais e da rua Hrushevskyi só
aconteceria se fossem cumpridas três reivindicações: a aprovação de uma
nova lei da anistia; uma revisão constitucional que reponha o texto de
2004; e a formação de um Governo interino ou da oposição. O fim das
barricadas numa outra rua, a Kreshchatik, e a desocupação da Casa dos
Sindicatos da Ucrânia ficariam dependentes da marcação de eleições
presidenciais antecipadas.
Para domingo está marcada outra manifestação da oposição na Praça da Independência, no centro de Kiev.
Fonte: Público - Pt.
Fonte: Público - Pt.
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