domingo, 16 de fevereiro de 2014

MOVIMENTO UCRANIANO NA ENCRUZILHADA

Ucrânia liberta da cadeia todos os manifestantes, oposição cede parcialmente

Muitos vão ser colocados em prisão domiciliar e as queixas só serão retiradas se as exigências das autoridades forem cumpridas até segunda-feira. Oposição vai agilizar ocupações e barricadas, mas promete manter o "controle" nas ruas.

 
 os opositores de Yanukovitch não vão sair totalmente dos edifícios públicos IURY KIRNICHNI/AFP

Os 234 manifestantes ucranianos que ainda estavam detidos por causa dos protestos dos últimos meses foram libertados nesta sexta-feira, mas muitos deles vão permanecer em prisão domiciliár até que a oposição cumpra as exigências do Governo de Viktor Yanukovitch.
O procurador-geral, Viktor Pshonka, anunciou que todas as queixas serão retiradas – ao abrigo da polêmica lei da anistia, aprovada em finais de Janeiro – se até segunda-feira os opositores de Yanukovitch desocuparem os edifícios públicos, como a Câmara Municipal de Kiev, e levantarem as barricadas que cortaram o trânsito na rua Hrushevskyi, que dá acesso ao Parlamento e à sede do Governo.
Depois do anúncio, Viktor Yanukovitch apelou à oposição que responda com cessões, mas não deixou de fazer referência a possível uso da força.
"Temos meios para pôr as pessoas na ordem, mas não queremos que os inocentes sofram. (…) Não quero a guerra; quero salvaguardar o Estado e retomar um desenvolvimento estável", disse o Presidente, numa comunicação televisiva.
"Apelamos à oposição para que faça também algumas concessões. Os apelos a uma luta sem perdão, à luta armada, são perigosos", afirmou.
Em nome da oposição, o ativista Andri Dzindzia, da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Road Control, disse que as exigências das autoridades irão ser cumpridas "parcialmente" .
"A ideia é que alguns manifestantes fiquem [na rua Hrushevskyi] para controlarem a rua. Não vamos sair de lá totalmente", disse. O mesmo ativista fez saber que alguns manifestantes irão também permanecer no edifício da Câmara Municipal de Kiev.
A saída da prisão dos últimos 234 manifestantes surge na sequência da lei da anistia aprovada em Janeiro pelo Parlamento. Para que os manifestantes detidos durante os protestos fossem libertados, os edifícios governamentais ocupados teriam de ser abandonados e as barricadas no centro de Kiev desmontadas nas duas semanas seguintes, um prazo que termina na próxima segunda-feira.
A oposição respondeu que a desocupação dos edifícios governamentais e da rua Hrushevskyi só aconteceria se fossem cumpridas três reivindicações: a aprovação de uma nova lei da anistia; uma revisão constitucional que reponha o texto de 2004; e a formação de um Governo interino ou da oposição. O fim das barricadas numa outra rua, a Kreshchatik, e a desocupação da Casa dos Sindicatos da Ucrânia ficariam dependentes da marcação de eleições presidenciais antecipadas.
Para domingo está marcada outra manifestação da oposição na Praça da Independência, no centro de Kiev.

Fonte: Público - Pt.

Nenhum comentário:

Postar um comentário