domingo, 16 de fevereiro de 2014

NENHUM PROGRESSO POLÍTICO NA UCRÂNIA

Aguardam-se precipitações na aparência de compostos inflamatórios

Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 13.02.2014
Yurii Makarov

Nada desagrega o exército como uma trégua. Já durante três semanas não voam em direção a Pechersk (região da administração estatal de Kyiv) fortes conclamações em nome do presidente dos Comissários do Povo, não queimam pneus, as administrações locais não são tomadas de assalto.


Em resposta à boa vontade da polícia, do Ministério Público e dos tribunais continuam aplicar a prática das repressões, o Parlamento sabota as menores concessões, e no Maidan colocam completamente perguntas naturais: com que diabos?

Na arena política, nenhum progresso, não é que não aconteça, nem mesmo não é previsto.

No monolítico acampamento do governo ainda esperam que, "sozinho se resolva". A liderança do Parlamento com o Partido das Regiões diz que o processo constitucional - assunto sério, até outono pode acabar. A lei sobre anistia é elaborada com tal astúcia, que prevê a liberação dos prédios governamentais e rua Hrushevskyi pela manhã e anistia à tarde. Enquanto Maidan já conhecendo os hábitos do adversário, não se ilude e exige a anistia pela manhã.

Na sede do governo, acreditam em vão, que o tempo está a seu favor. Os efeitos das "melhorias" ("melhorias" foi o que o governo Yanukovych prometeu ao país - OK) já respingaram na parte da rua que os manifestantes ainda não provocaram: a taxa de câmbio ainda não ultrapassou a marca psicológica de nove UAH por dólar, mas nos bancos já se formam fileiras dos que desejam retirar seus depósitos. A estratégia artificial da estabilidade já experimentou um aparente fiasco - com ajuda das infusões regulares do orçamento, que era praticada pelo governo atual (lembremos, que o pensionista Azarov por ela era responsável só nominalmente, porque todas as questões econômicas no Gabinete Ministerial, a mais de um ano usurpou o comando do hoje indicado temporariamente Serhii Arbusov). O Banco Nacional tenta impor restrições sobre operações, especialmente na moeda, isto é, como tradicionalmente opera segundo o princípio da vara. Por alguns dias, isto pode agir, mas o problema, como tal, não resolve: dinheiro, ao mesmo tempo para eleitorado, e para "Família" no estado não tem mais. Em proveito de quem, neste caso, os dirigentes farão a escolha, duvidar também não convém. Yanukovych acenou com a bandeira na tribuna olímpica (Sochi), mas o vizinho remoto na tribuna, por isto, nada lhe deu. A Rússia, supostamente, até o final da Olimpíada afastou-se da principal dor de seu satélite, limitando-se com a insinuação que não seria ruim pagar pelo gás.

Principalmente porque o rublo deles, parece que adoeceu também. O pulinho da hryvnia (UAH) é inevitável não há o que debater - elevará os preços da cesta básica. Também está claro que todos os problemas a liderança atual prescreverá ao Maidan e alguém lhe acreditará. Talvez, nos bastiões do poder do leste, especialmente entre os funcionários do orçamento, funcionários de empresas estatais, pensionistas, etc., gradualmente comece a sobriedade. No entanto, dada a velocidade geral dos processos mentais entre os defensores ardorosos dos regionais esperar isto vai ser preciso muito tempo. E o problema da oposição é necessário resolver hoje.

Euromaidan, por sua lógica interna procura e encontra os próximos passos para expandir e superar a estagnação. Antes de tudo é preciso suprir os grupos de autodefesa, aos quais não faltam questões práticas do cotidiano: além da exibição simbólica da força isto ainda é o mínimo para neutralizar os importados à capital ladrões de rua. Surgem relatos de patrulhas voluntárias nos maciços de Kyiv. Particularmente interessante foi a introdução da iniciativa para instalar, juntamente com os conselhos comunitários também os tribunais civis. Apesar do desempenho modesto, estas medidas contribuem, antes de tudo, porque no plano mental trouxe à vida dos ukrainianos o protesto: aperfeiçoamento dos vínculos horizontais, aumento de confiança de um ao outro, capacidade de agir independentemente nos interesses comuns sem apelação às inimigas agora instituições do Estado, isto é, crescimento de capital social.

Maidan foi e é um fator determinante nas negociações da oposição com Bankova. Sem a sua pressão diária, alguns líderes da minoria parlamentar, a muito tempo teriam concordado com concessões cosméticas do poder com acréscimo de pequenas gratificações pessoais. Mas os governantes também precisam compreender: seu principal motivo além da ganância existe, ainda, o medo. Os deputados-regionais sentem formigas no corpo do Big Boss, de suas, de modo algum ilusórias possibilidades de punir desertores "já hoje". O próprio Big Boss junto com seus consultores teme a perspectiva de perder seus haveres, talvez a liberdade. A nenhum dos figurantes no processo de negociação, como presentes, também os potenciais, ele não acredita e permanecerá até o fim. Talvez, com isto relacionam-se os rumores sobre a visita de um dos arquitetos da pirâmide, em sua forma atual à colônia Kachanivska. Considera-se, não se sabe porque, que a "protetora ukrainiana Nº 1" - única pessoa no país, cujas garantias o presidente pode aceitar. (Referência ao boato, segundo o qual, o presidente da administração presidencial Andrii Kliuiev teria ido conversar com Yulia Tymoshenko, prisioneira, que está no hospital em Kharkiv. A notícia foi veiculada vários dias, inclusive por edições pró-governamentais, até foto do avião que teria sido usado apareceu numa reportagem. Até que a própria Tymoshenko desmentisse a notícia -OK). No entanto, mesmo supondo que a evolução dos acontecimentos no estilo de Dumas (libertação, recuperação no campo político, lugar de destaque numa mesa redonda, promessas muito importantes, anistias de capitais e palácios), não é fato, que Maidan na sua constituição atual reconhecerá a nossa Joana d'Arc como líder e irá executar suas diretrizes.

Mais um herói do drama, que não pode ser ignorado - na verdade, o quarto (ou quinto, se contar o restrito nos direitos, em compensação muito eficaz Yurii Lutsenko) líder do oficial, "cênico" Maidan - Petró Poroshenko. Supostamente - mais uma porção de boatos - ele concordou em chefiar o parlamento, o que significaria um rearranjo da maioria e gradual saída do impasse. E também não é fato de que isto será abençoado por parte ativa dos rebeldes. Por exemplo, a ele podem lembrar a participação na criação do Partido das Regiões ou oportunismo de entrada temporária ao governo odiado. Na Bankova, em Poroshenko também não acreditam, compreendendo, que nestas circunstâncias, a cadeira do líder do Parlamento - é um caminho direto para a presidência, e dar adeus a um segundo mandato Yanukovych, psicologicamente não está preparado.

Sobre isto, em particular, testemunha seu consentimento para os debates, convite aos quais menosprezou Vitalii Klychko. No entanto, o campeão demonstrou reação verdadeiramente de boxeador: por favor, só após o afastamento (de Yanukovych). No entanto, a troca de golpes pode significar, que Yanukovych ainda vê em Vitalii Klychko um maravilhoso parceiro de treino, que poderá ser removido nas vésperas do jogo de quaisquer forças de um dependente do Pechersky Tribunal, sob pretexto de residência não permanente no país. Em outras palavras está no seu caprichoso, imaginário mundo pré-Maidan, teimosamente desconhecido às mudanças que ocorreram no país. Ele amorteceu no difícil processo de reconciliação com a realidade e todos os lados do conflito também amorteceram.

Mas, a prática dos últimos meses demonstra, que a arma no Maidan não fica ociosa por muito tempo. O gatilho pode ser acionado, por qualquer gesto descuidado, qualquer vilania simbólica, ou desculpa arrogante de Popov - Sivkovych, ou algo assim. Algo que afetará a dignidade de centenas de milhares de ukrainianos, envolvidos no processo real de voltar a sua dignidade. A julgar pelas conversas diárias, entrevistas, declarações públicas, milhares de pequenas ações dos manifestantes, cidadãos da Ukraina, que ainda a um mês atrás aceitavam a violência, como indesejável excesso, hoje já compreendem, que em contatos com as autoridades este é o único argumento eficaz. Portanto, a escalada é inevitável, e da próxima vez fazer voltar os ativistas aos quartéis, isto é, às barricadas, será muito mais difícil. Se alguém no Pechersk pensasse sobre isto ...

Tradução: Oksana Kowaltschuk

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