Aguardam-se precipitações na aparência de compostos inflamatórios
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 13.02.2014
Yurii Makarov
Nada
desagrega o exército como uma trégua. Já durante três semanas não voam
em direção a Pechersk (região da administração estatal de Kyiv) fortes
conclamações em nome do presidente dos Comissários do Povo, não queimam
pneus, as administrações locais não são tomadas de assalto.
Em
resposta à boa vontade da polícia, do Ministério Público e dos
tribunais continuam aplicar a prática das repressões, o Parlamento
sabota as menores concessões, e no Maidan colocam completamente perguntas naturais: com que diabos?
Na arena política, nenhum progresso, não é que não aconteça, nem mesmo não é previsto.
No
monolítico acampamento do governo ainda esperam que, "sozinho se
resolva". A liderança do Parlamento com o Partido das Regiões diz que o
processo constitucional - assunto sério, até outono pode acabar. A lei
sobre anistia é elaborada com tal astúcia, que prevê a liberação dos
prédios governamentais e rua Hrushevskyi pela manhã e anistia à tarde.
Enquanto Maidan já conhecendo os hábitos do adversário, não se ilude e
exige a anistia pela manhã.
Na sede do governo,
acreditam em vão, que o tempo está a seu favor. Os efeitos das
"melhorias" ("melhorias" foi o que o governo Yanukovych prometeu ao país
- OK) já respingaram na parte da rua que os manifestantes ainda não
provocaram: a taxa de câmbio ainda não ultrapassou a marca psicológica
de nove UAH por dólar, mas nos bancos já se formam fileiras dos que
desejam retirar seus depósitos. A
estratégia artificial da estabilidade já experimentou um aparente fiasco - com ajuda das infusões regulares
do orçamento, que era praticada pelo governo atual (lembremos, que o
pensionista Azarov por ela era responsável só nominalmente, porque todas
as questões econômicas no Gabinete Ministerial, a mais de um ano
usurpou o comando do hoje indicado temporariamente Serhii Arbusov). O
Banco Nacional tenta impor restrições sobre operações, especialmente na
moeda, isto é, como tradicionalmente opera segundo o princípio da vara.
Por alguns dias, isto pode agir, mas o problema, como tal, não resolve:
dinheiro, ao mesmo tempo para eleitorado, e para "Família" no estado não
tem mais. Em proveito de quem, neste caso, os dirigentes farão a
escolha, duvidar também não convém. Yanukovych acenou com a bandeira na
tribuna olímpica (Sochi), mas o vizinho remoto na tribuna, por isto,
nada lhe deu. A Rússia, supostamente, até o final da Olimpíada afastou-se
da principal dor de seu satélite, limitando-se com a insinuação que não
seria ruim pagar pelo gás.
Principalmente porque
o rublo deles, parece que adoeceu também. O pulinho da hryvnia (UAH) é
inevitável não há o que debater - elevará os preços da cesta
básica. Também está claro que todos os problemas a liderança atual
prescreverá ao Maidan e alguém lhe acreditará. Talvez, nos bastiões do
poder do leste, especialmente entre os funcionários do orçamento,
funcionários de empresas estatais, pensionistas, etc., gradualmente
comece a sobriedade. No entanto, dada a velocidade geral dos processos
mentais entre os defensores ardorosos dos regionais esperar isto vai ser
preciso muito tempo. E o problema da oposição é necessário resolver
hoje.
Euromaidan, por sua lógica interna
procura e encontra os próximos passos para expandir e superar a
estagnação. Antes de tudo é preciso suprir os grupos de autodefesa, aos quais
não faltam questões práticas do cotidiano: além da exibição simbólica da
força isto ainda é o mínimo para neutralizar os importados à capital
ladrões de rua. Surgem relatos de patrulhas voluntárias nos maciços de
Kyiv. Particularmente interessante foi a introdução da iniciativa para
instalar, juntamente com os conselhos comunitários também os tribunais
civis. Apesar do desempenho modesto, estas medidas contribuem, antes de
tudo, porque no plano mental trouxe à vida dos ukrainianos o protesto:
aperfeiçoamento dos vínculos horizontais, aumento de confiança de um ao
outro, capacidade de agir independentemente nos interesses comuns sem
apelação às inimigas agora instituições do Estado, isto é, crescimento
de capital social.
Maidan foi e é um fator
determinante nas negociações da oposição com Bankova. Sem a sua pressão
diária, alguns líderes da minoria parlamentar, a muito tempo teriam
concordado com concessões cosméticas do poder com acréscimo de pequenas
gratificações pessoais. Mas os governantes também precisam compreender:
seu principal motivo além da ganância existe, ainda, o medo. Os
deputados-regionais sentem formigas no corpo do Big Boss, de suas, de
modo algum ilusórias possibilidades de punir desertores "já hoje". O
próprio Big Boss junto com seus consultores teme a perspectiva de perder
seus haveres, talvez a liberdade. A nenhum dos figurantes no processo
de negociação, como presentes, também os potenciais, ele não acredita e
permanecerá até o fim. Talvez, com isto relacionam-se os rumores sobre a
visita de um dos arquitetos da pirâmide, em sua forma atual à colônia
Kachanivska. Considera-se, não se sabe porque, que a "protetora
ukrainiana Nº 1" - única pessoa no país, cujas garantias o presidente
pode aceitar. (Referência ao boato, segundo o qual, o presidente da
administração presidencial Andrii Kliuiev teria ido conversar com Yulia
Tymoshenko, prisioneira, que está no hospital em Kharkiv. A notícia foi
veiculada vários dias, inclusive por edições pró-governamentais, até
foto do avião que teria sido usado apareceu numa reportagem. Até que a
própria Tymoshenko desmentisse a notícia -OK). No entanto, mesmo supondo
que a evolução dos acontecimentos no estilo de Dumas (libertação,
recuperação no campo político, lugar de destaque numa mesa redonda,
promessas muito importantes, anistias de capitais e palácios), não é
fato, que Maidan na sua constituição atual reconhecerá a nossa Joana
d'Arc como líder e irá executar suas diretrizes.
Mais
um herói do drama, que não pode ser ignorado - na verdade, o quarto (ou
quinto, se contar o restrito nos direitos, em compensação muito eficaz
Yurii Lutsenko) líder do oficial, "cênico" Maidan - Petró Poroshenko.
Supostamente - mais uma porção de boatos - ele concordou em chefiar o
parlamento, o que significaria um rearranjo da maioria e gradual saída
do impasse. E também não é fato de que isto será abençoado por parte
ativa dos rebeldes. Por exemplo, a ele podem lembrar a participação na
criação do Partido das Regiões ou oportunismo de entrada temporária ao
governo odiado. Na Bankova, em Poroshenko também não acreditam,
compreendendo, que nestas circunstâncias, a cadeira do líder do
Parlamento - é um caminho direto para a presidência, e dar adeus a um
segundo mandato Yanukovych, psicologicamente não está preparado.
Sobre isto, em particular, testemunha seu consentimento para os debates, convite aos quais menosprezou Vitalii Klychko. No
entanto, o campeão demonstrou reação verdadeiramente de boxeador: por
favor, só após o afastamento (de Yanukovych). No entanto, a troca de
golpes pode significar, que Yanukovych ainda vê em Vitalii Klychko um
maravilhoso parceiro de treino, que poderá ser removido nas vésperas do
jogo de quaisquer forças de um dependente do Pechersky Tribunal, sob
pretexto de residência não permanente no país. Em outras palavras está
no seu caprichoso, imaginário mundo pré-Maidan, teimosamente
desconhecido às mudanças que ocorreram no país. Ele amorteceu no difícil
processo de reconciliação com a realidade e todos os lados do conflito
também amorteceram.
Mas,
a prática dos últimos meses demonstra, que a arma no Maidan não fica
ociosa por muito tempo. O gatilho pode ser acionado, por qualquer gesto
descuidado, qualquer vilania simbólica, ou desculpa arrogante de Popov -
Sivkovych, ou algo assim. Algo que afetará a dignidade de centenas de
milhares de ukrainianos, envolvidos no processo real de voltar a sua
dignidade. A julgar pelas conversas diárias, entrevistas, declarações
públicas, milhares de pequenas ações dos manifestantes, cidadãos da
Ukraina, que ainda a um mês atrás aceitavam a violência, como
indesejável excesso, hoje já compreendem, que em contatos com as
autoridades este é o único argumento eficaz. Portanto, a escalada é
inevitável, e da próxima vez fazer voltar os ativistas aos quartéis,
isto é, às barricadas, será muito mais difícil. Se alguém no Pechersk
pensasse sobre isto ...
Tradução: Oksana Kowaltschuk
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