segunda-feira, 31 de março de 2014

Ucrânia pode negociar se a Rússia deixar a Crimeia

31/03 18:34 CET

O candidato às eleições presidenciais ucranianas, Petro Poroshenko prestou homenagem, este domingo, aos mortos, durante os protestos em Maidan.
Foi a oportunidade para uma pequena caminhada, para reforçar a sua posição de favorito. As sondagens atribuem-lhe 25 por cento das intenções de votos.
Petro Poroshenko está pronto para negociar com a Rússia, mas há pré-condições:

“Estamos prontos para um compromisso significativo com a Rússia. Temos uma condição muito simples, a desocupação da Ucrânia para manter a soberania e integridade territorial da Ucrânia, para manter a independência da Ucrânia e, por isso, as forças russas devem sair da península da Crimeia. A Crimeia deve permanecer ucraniana e, se isso acontecer, estamos prontos para lhe dar uma autonomia significativa. Estamos prontos para dar um estatuto especial a Sebastopol, estamos prontos para conceder um regime especial de tributação a toda a Crimeia”, disse, numa entrevista à euronews.

Os militares ucranianos começaram a sair da península, na terça-feira passada. Poroshenko tinha alertado para a situação de insegurança das famílias dos militares ali estacionados e da população de origem tártara.

E sublinhou o seu compromisso com a integridade territorial da Ucrânia:

“Não aceitamos qualquer cenário federalista. Nós não aceitamos e lutamos contra qualquer movimento separatista. Lutamos para que a Ucrânia seja unida, forte, poderosa, economicamente sustentável e acho que teremos um primeiro resultado, muito em breve.”

Na semana passada, o FMI anunciou uma ajuda de 14 a 18 mil milhões de dólares a Kiev, mas três mil milhões podem chegar já, para evitar rupturas no tesouro.

Para isso, a Ucrânia terá de fazer reformas dolorosas.
“Esse programa de reformas deve ser feito, à medida das pessoas – disse o candidato, à euronews – caso contrário, as pessoas mais pobres não vão acreditar no programa de reformas do FMI. Agora vemos que o programa de reformas, mesmo sendo uma questão difícil, é apoiado pelo povo. Porque se trata de uma comunicação muito franca, muito direta, com as pessoas”.

Petro Poroshenko, conhecido como “o rei do chocolate”, com uma fortuna avaliada em 1,4 mil milhões de dólares, segundo a “Forbes”. A sua empresa figura na lista das 20 maiores do mundo, na indústria da confeitaria.

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Oleksandr Turchinov: “Não há razão para federalizar a Ucrânia”

31/03 17:13 CET

O presidente interino da Ucrânia e presidente do parlamento, Oleksandr Turchinov, assistiu esta segunda-feira, com o ministro ucraniano do Interior, ao exercício de treino da Guarda Nacional.
A ocasião para responder à sugestão russa de que a Ucrânia deveria tornar-se uma federação.

Turchinov disse em conferência de imprensa:
 
“O governo da Rússia deve resolver os problemas da federação russa, não os da Ucrânia. A Ucrânia tem o seu próprio governo, o seu próprio parlamento e os seus próprios cidadãos, que determinarão, por si próprios, o seu futuro. E agora não há qualquer razão para federalizar a Ucrânia.”

Neste corpo da Guarda Nacional há centenas de voluntários, que aprendem as artes militares para atuarem ao lado do exército:

“Aprendemos muito, muito do que precisávamos ter sabido há um mês, quando nos reuníamos em Maidan. Aprendemos a disparar, aprendemos a autodefesa.”

“Os jovens que estão aqui não vieram assinar um contrato com o exército: vieram apoiar a pátria, ajudar as tropas a reforçar as fronteiras e a estabelecer a ordem.”

A partir do próximo sábado, esta nova força criada após a queda do regime de Ianukovich, presta juramento ao serviço da Ucrânia, após três semanas de treino intensivo.

Alguns, no entanto, não querem seguir uma carreira militar. Participaram voluntariamente nesta formação para aprenderem a defender a pátria.

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domingo, 30 de março de 2014

Ucrânia: Petro Porochenko e Yulia Tymoshenko principais candidatos às eleições presidenciais

30/03 04:21 CET

Petro Porochenko e Yulia Tymoshenko são os principais candidatos às eleições presidenciais ucranianas previstas para 25 de maio.

Porochenko já foi ministro dos Negócios Estrangeiros, entre 2009 e 2010, e ministro da Economia, em 2012.
Com 48 anos, é apoiado por Vitali Klitschko, um dos responsáveis do movimento pró-europeu na Ucrânia, que anunciou sexta-feira a desistência da corrida presidencial.
Perante uma situação de agressão ao nosso país, as prioridades são preservar a soberania e integridade territorial da Ucrânia. Teremos também de trabalhar acerca da unidade do nosso país”, declarou Petro Porochenko.

Yulia Tymoshenko, de 53 anos, foi primeira-ministra e figura emblemática da Revolução Laranja.
Nas presidenciais de 2010 perdeu por margem mínima para Viktor Yanukovych.
No ano seguinte foi condenada a sete anos de prisão por abuso de poder. Foi libertada no dia 22 de fevereiro.
Se a Ucrânia me escolher para Presidente, não deixarei o agressor tomar um centímetro que seja de terra ucraniana, sem uma resposta conveniente”, afirmou Tymoshenko.

O Partido das Regiões, que já foi liderado pelo deposto Viktor Yanukovych, apresentou Mykhaylo Dobkin como seu candidato presidencial.
Com 44 anos, já foi governador da região de Kharkiv e apoiante do presidente deposto.
Como temos relações mais ou menos boas com a Europa e os Estados Unidos também ajudam, precisamos de restabelecer boas relações com a Federação Russa. Será o que eu farei”, disse Dobkin.

As eleições presidenciais surgem na sequência de uma crise política que colocou o país à beira da bancarrota e levou à anexação da república autônoma da Crimeia pela Rússia.

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sábado, 29 de março de 2014

Klitschko desiste da candidatura às presidenciais ucranianas


Ex-pugilista anuncia apoio ao milionário Petro Poroshenko, o "rei do chocolate" pró-ocidental.


Vitali Klitschko,ex-campeão mundial de pugilismo e um dos líderes da oposição durante os protestos populares em Kiev, retirou a sua candidatura às eleições presidenciais ucranianas e anunciou o seu apoio a Petro Poroshenko, um dos homens mais ricos do país.


“As forças democráticas devem apresentar um candidato único. Esse candidato deve ser quem tem mais apoio. Hoje, a meu ver, ele é Petro Porochenko”, disse Klitschko, que depois de pendurar as luvas formou o Udar (Murro), um partido populista pró-europeu, que fez da denúncia da corrupção a sua bandeira.

Os protestos contra a recusa do ex-Presidente Viktor Yanukovych em assinar um acordo de associação com a União Europeia deram-lhe protagonismo, mas não o suficiente para aparecer como o mais bem colocado nas sondagens para vencer as eleições de 25 de Maio. Um estudo do Instituto de Sociologia de Kiev, divulgado quarta-feira, atribuía ao antigo pugilista 9% das intenções de voto, bem atrás dos 25% conseguidos por Poroshenko.

File:Petro Poroshenko 2014 (cropped).jpg
Petro Poroshenko

Figura de consenso (foi ministro dos Negócios Estrangeiros do Presidente pró-europeu Viktor Yushenko, entre 2009 e 2010, e ministro da Economia de Yanukovych, em 2012), Poroshenko esteve desde o início ao lado dos manifestantes da Maidan. É também o sexto homem mais rico da Ucrânia, com uma fortuna avaliada em 1100 milhões de dólares, resultado de negócios nos media e no fabrico de chocolate – atividade que lhe vale na Ucrânia o cognome do “rei do chocolate”.

A saída de cena de Klitschko, que anunciou em alternativa a intenção de se candidatar à câmara de Kiev, coloca sob pressão a ex-primeira-ministra Yulia Tymochenko, que confirmou quinta-feira a intenção de candidatar-se à presidência. Apesar de ser a dirigente mais conhecida, dentro e fora do país, e do tempo que passou na prisão, as sondagens atribuem-lhe menos de 10% das intenções de voto, ainda assim o suficiente para forçar Poroshenko a uma segunda volta, numa votação em que se espera a fragmentação dos votos entre quase uma dezena de candidatos.

“A situação pede uma consolidação e uma união de esforços”, afirmou Klitschko num discurso aos militantes do seu partido, sublinhando que “isto só pode ser conseguido se não dividirmos os votos entre os candidatos democráticos”.

CANDIDATURA DE TYMOSHENKO

Primeiras reações do Maidan, de mídias sociais e políticos
Voz da América - Rádio Svoboda


Redator da "Verdade Ukrainiana" o conhecido jornalista investigativo ukrainiano Serhii Leshchenko em seu Facebook destacou que, no momento, os ukrainianos têm uma oportunidade única para recarregar este país. E, agora, devem vir pessoas com caráter moral intocável. Agora, com todo respeito, "não é a vez de Tymoshenko governar o país.
O jornalista apontou diretamente para os resultados de sua investigação, os quais indicam uma relação corrupta de Yulia Tymoshenko com o antigo primeiro-ministro da Ukraina Pavlo Lazarenko. "Eu tenho os mesmos documentos, que encontraram no Myzhyhiria - apenas lá trata-se de pagamentos de Tymoshenko para Lazarenko. Não é 100 UAH que ela lhe pagou, mas 100 milhões de dólares - no mínimo. Eu tenho um testamento em vídeo, de um agente do FBI que ela era aliada de Lazarenko e lhe pagava subornos. Eu tenho um pacote de comprovantes da Tymoshenko ao Lazarenko, e tenho confissões de parceiros de Tymoshenko, e também de seus subordinados diretores - tais como os "sem teto de Riga", como na história das torres de Boiko. E não convém dizer, que os negócios em 1990 não era possível fazer de modo diferente. Pagar subornos, como ocupar-se com negócios - é uma escolha livre de cada pessoa", - declarou o jornalista.
Eu não quero, que sobre o futuro presidente da Ukraina - país que passou por sangue - escrevam como pessoa com passado corrupto. Mas, se Tymoshenko se tornar presidente, eu vou escrever assim. "Que Tymoshenko seja livre, que ocupe-se com negócios, ou caridade, seja diretora do museu "Myzhyhiria", mas não presidente!
E, não precisa agora falar sobre "Contratodos". Eu nunca fui um deles. Maidan gerou milhares de líderes, que não vão governar pior que Tymoshenko. Que o presidente seja Parubii (deputado), Yarosh (líder do Setor Direito), que seja aquele garoto, que ontem pulou no palco e anunciou ultimato ao Zek, após o que Zek fugiu, mas não Tymoshenko (Zek é o qualificativo que designa um ex-prisioneiro. No caso a referência foi a Yanukovych, que na juventude foi preso por furtos. Pelo visto o vício vem de longe. E o grito mais frequente do Maidan "Zeka Het" significa "prisioneiro, fora!" - OK). 
Tradução: Oksana Kowaltschuk.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Autoridades ucranianas passam vistoria aos abrigos antibombas de Kiev


Nova liderança diz estar a preparar a segurança dos cidadãos devido à presença das tropas russas na fronteira. Radicais do Setor Direito [Praviy Sektor] manifestam-se junto ao Parlamento.

Setor Direito exige a demissão do ministro do Interior GENYA SAVILOV/AFP

As autoridades ucranianas realizaram esta sexta-feira uma inspeção aos abrigos antibombas de Kiev no momento em que os legisladores acusam a Rússia de estar a acirrar distúrbios na capital do país após terem anexado a península da Crimeia.

A nova liderança do país ficou com os nervos à flor da pele quando um grupo de ultra-radicais — que tiveram um papel importante na revolta que destitui o antigo Presidente Viktor Yanukovych — se manifestou à porta do Parlamento exigindo a demissão do ministro do Interior, Arsen Avakov.
"Eles [os russos] não conseguiram atear a chama do separatismo nas nossas regiões. Então agora tentam desestabilizar a situação no coração da Ucrânia", disse o Presidente interino, Oleksandr Turchynov.
Estima-se que dezenas de milhares de tropas russas estejam concentradas na fronteira, mas não há sinais de pretenderem atravessá-la. Em Moscou, o Presidente Vladimir Putin disse que a Rússia não pretende outras regiões da Ucrânia. Mas a Rússia irá usar todas as armas do seu arsenal econômico para castigar a viragem da Ucrânia para a Europa. [O que o presidente russo disse não significa nada, porque é um cínico, dissimulado e mentiroso congênito desprovido de qualquer dilema moral. O Cossaco]
Num passo pouco usual que adensou o clima de apreensão, as autoridades de Kiev anunciaram que vistoriaram 500 abrigos urbanos na capital de forma a assegurarem que funcionam, e que estão a trabalhar para a criação de um novo sistema de alarme. "Temos 526 instalações de defesa [abrigos] em Kiev. Hoje, as autoridades da cidade estão a garantir que estão em perfeitas condições técnicas e capazes de proteger a população", disse Volodimir Bondarenko, chefe da administração da cidade.
Os novos líderes ucranianos, que tomaram posse depois da deposição do Presidente pró-russo Viktor Yanukovych, que fugiu do país depois de três meses de contestação violenta, não esconderam o nervosismo quando membros do Setor Direito, um grupo radical, se manifestou junto ao Parlamento na quinta-feira e marcou novo protesto para esta sexta-feira.
O grupo ganhou visibilidade nos três meses da chamada revolta da Euromaidan, quando optou pelas táticas violentas contra a polícia de choque, lançando bombas incendiárias e tijolos. Na altura, os que eram líderes da oposição, não condenaram a violência, mas agora que estão no poder não podem aceitar as táticas com que o Setor Direito ajudou a derrubar Yanukovych.
Porém, Turchynov sugeriu na sexta-feira que o grupo pode estar sendo manipulado a partir de Moscou de forma a fragilizar a nova liderança e a desestabilizar o país num momento em que a Ucrânia tenta interiorizar a perda da Crimeia e recuperar da péssima gestão econômica do antigo Presidente.
O protesto do Setor Direito relaciona-se com a morte, esta semana, de Oleksandr Muzytchko, também conhecido como "Sashko Bilyi", que era um dos principais líderes do grupo. [ver http://noticiasdaucrania.blogspot.com.br/2014/03/curtas.html - segundo bloco]
O ministro do Interior disse que Muzichko foi morto por membros da força especial "Sokol" quando tentava fugir de um café na região ocidental de Rivne. Mas na sexta-feira o ministro disse uma coisa diferente e explicou que testes balísticos demonstraram que Muzichko se suicidou devido ao cerco da polícia. O Setor Direito considera que o seu ativista foi vítima de um "atentado" político realizado pela unidade de elite e exige a demissão de Avakov e o julgamento dos responsáveis por esta morte.
Turchynov comprometeu-se com uma investigação às causas da morte de Muzichko, mas pediu aos ucranianos que sejam solidários com a nova liderança. "Infelizmente, alguns cidadãos, conscientemente ou inconscientemente, realizaram uma ação de provocação à porta do Parlamento", disse o ministro. "Se as pessoas não concordam com o Parlamento está a fazer, têm as eleições como recurso. Esta linha de ação vai contra o nosso Estado e reforça a posição do agressor que está agora a concentrar as suas forças armadas nas fronteiras da Ucrânia", disse Turchynov.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Yulia Tymoshenko anuncia candidatura à Presidência da Ucrânia



Antiga primeira-ministra foi libertada em Fevereiro, no auge da revolução que levou ao afastamento do Presidente Viktor Yanukovych.

 
Yulia Tymoshenko ex primeira-ministra 

Yulia Tymoshenko, a figura mais emblemática da Revolução Laranja e ex primeira-ministra, anunciou nesta quinta-feira a sua candidatura à Presidência da República da Ucrânia.

"Nenhum dos políticos ucranianos que se preparam para ser candidatos à presidência se dá conta do alcance da anarquia e nem se dispõe a detê-la", disse Tymoshenko.
A ex primeira-ministra, que esteve presa dois anos e meio, convocou uma conferência de imprensa em Kiev para confirmar aquilo que já se esperava desde o momento em que foi libertada, há um mês, no auge da revolução que levou ao afastamento do Presidente Viktor Yanukovych.
Aos 53 anos de idade, Yulia Tymoshenko vai enfrentar nas eleições (marcadas para 25 de Maio) o antigo pugilista Vitali Klitschko, líder do partido Udar ["murro"] e um dos rostos da oposição a Viktor Yanukovych, que anunciou a sua candidatura em finais de Fevereiro.
Yulia Tymoskenko teve um papel fundamental na revolução de 2004-2005, após as acusações de fraude nas eleições presidenciais de 2004, ganhas por Viktor Yanukovych (então primeiro-ministro) numa segunda volta contra Viktor Yushenko, à época líder da oposição. Depois de vários protestos, o Supremo Tribunal da Ucrânia ordenou a repetição da segunda volta, em Dezembro de 2004, que deu a vitória a Yushenko.
Seis anos depois, em 2010, Viktor Yanukovych vencia as presidenciais, também à segunda volta, precisamente contra Yulia Tymoshenko, então primeira-ministra.
Nascida em Novembro de 1960 em Dnipropetrovsk, Yulia Tymoshenko foi a primeira mulher chefe de Governo da Ucrânia, tendo liderado o executivo em duas ocasiões – primeiro entre Janeiro de 2005 e Março de 2010, e depois entre Dezembro de 2007 e Março de 2010 (quase sempre sob a presidência de Viktor Yushenko, à exceção do último mês do segundo mandato, após a vitória nas eleições presidenciais de 2010 de Viktor Yanukovych).
Depois da derrota nas eleições de 2010, Yulia Tymoshenko foi alvo de várias acusações em tribunal, tendo sido condenada em finais de 2011 a sete anos de prisão por desvio de fundos e abuso de poder.
Os processos contra Yulia Tymoshenko foram vistos na União Europeia como uma perseguição política movida pelo campo de Viktor Yanukovych, pelo que a sua libertação foi considerada imprescindível para que a Ucrânia pudesse assinar um acordo de parceira com Bruxelas, em finais de Novembro do ano passado.

A IMPORTÂNCIA DE OLIGARCAS DA UCRÂNIA



Conjuntura

Análise
Após Ucrânia ganhar a independência da União Soviética, os ativos estatais foram privatizados, dando origem a uma poderosa classe de empresários conhecidos como oligarcas. Assim como na transição da Rússia para o capitalismo, a transição da Ucrânia permitiu que essas pessoas politicamente conectadas acumulassem enorme riqueza que eles adquiriram monopolizado ativos, incluindo metais, produtos químicos e indústrias de distribuição de energia, entre outros. Como resultado, o sistema político da Ucrânia ainda depende do patrocínio e apoio de oligarcas.

Na verdade, existem laços estreitos entre oligarcas da Ucrânia e da evolução da crise política do país. Isto foi ilustrado mais recentemente, em Donetsk, em 9 de março, quando o aspirante a presidente ucraniano Vitali Klitschko (o ex-boxeador) se reuniu com Rinat Akhmetov, o homem mais rico do país, para discutir a situação em curso. Figuras como Akhmetov, que detém uma posição dominante na produção de aço e carvão do país, e Dmitri Firtash, um jogador importante na indústria de energia e produtos químicos, têm sido importantes financiadores do Partido das Regiões do ex-presidente ucraniano, Viktor Yanukovych.

Notavelmente, a fidelidade dos oligarcas provou ser fluido. Eles estão mais preocupados com a preservação de seus interesses de negócios lucrativos em vez de perseguir uma linha ideológica ou política. Em alguns casos, eles têm apoiado partidos rivais para se certificar de que eles não seriam alvo em caso de uma reviravolta política.

O primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk e outros membros do governo interino chegaram a sair com os números, incluindo Akhmetov e Firtash, assegurando-lhes que as suas empresas não serão o alvo. Kiev foi mesmo nomeado oligarcas-chave, como Igor Kolomoisky, um magnata bancário e industrial, e industrial Sergei Taruta como governadores das regiões orientais de Dnipropetrovsk e Donetsk, respectivamente.

Desafio urgente do novo governo é manter a Ucrânia continente juntos. Leste da Ucrânia é crucial para isso - a região é um reduto de sentimento pró-Rússia e o principal sítio de oposição, depois de Criméia, ao governo apoiado pelo Ocidente e de tendência ocidental. Os oligarcas são fundamentais para manter o controle sobre a Ucrânia oriental, não só porque a produção industrial da Ucrânia está concentrada no leste - ancorando assim uma economia instável -, mas também porque muitos dos oligarcas têm uma relação mais forte e mais gerenciável com a Rússia do que o atual governo, que Moscou vê como ilegítimo.

quarta-feira, 26 de março de 2014

CURTAS

Crimeia: tártaros podem avançar com referendo

26/03 17:32 CET

Os tártaros da Crimeia admitem seguir o exemplo do governo pró-russo e avançar com um referendo.
O objetivo é definir uma posição na república autônoma da Ucrânia, entretanto, anexada por Moscou.
Boicotaram o referendo realizado a 16 de março, mas recusam ser marginalizados.
“Na Crimeia vivem 300 mil tártaros. A nossa comunidade é mais pequena do que a russa e a ucraniana, mas esta é a nossa terra. Ninguém nos perguntou, nem antes do referendo ou da invasão de tropas russas, como queremos viver e em que condições” refere Refat Chubarov, líder dos tártaros da Crimeia.
Deportados em massa da Ásia Central para a Crimeia durante a II Guerra Mundial, os tártaros representam cerca de 12 por cento da população da península.
A decisão de avançar ou não com a consulta popular deve ser tomada este sábado.

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Ucrânia: Polícia mata líder ultranacionalista. ‘Pravy Sektor’ exige demissão do ministro do Interior

26/03 00:02 CET

A polícia ucraniana abateu, esta terça-feira, um líder da extrema-direita ultranacionalista durante uma operação para o capturar na cidade de Rivne, cerca de 200 km a nordeste de Lviv, na região ocidental da Ucrânia.
Conhecido pelo pseudónimo “Sashko Bilyi”, Oleksandr Muzytchko era um dos líderes do ‘Pravy Sektor’, o Setor Direita, que agora pede a cabeça do ministro da Administração Interna:
“Não podemos ficar em silêncio enquanto o ministro do Interior está a agir contra a revolução. É por isso que pedimos a demissão imediata do ministro Arsen Avakov. Também exigimos que o comandante das ‘Sokil’, as forças especiais da polícia e todos os responsáveis pelo assassinato sejam presos”, afirmou o líder do recém-formado partido ‘Pravy Sektor’. 

 
Conhecido pelo pseudónimo “Sashko Bilyi”, Oleksandr Muzytchko

As autoridades de Kiev afirmam que o líder da extrema-direita abriu fogo sobre a polícia que acabou por abate-lo. O ‘Pravy Sektor’ fala em assassinato:

“Se estavam presentes dezenas de polícias das forças especiais, acho que o poderiam ter capturado vivo e depois explicar quais foram os crimes que cometeu e de que grupo criminoso era membro. Mas parece que o feriram, prenderam e depois lhe deram um tiro no coração”, afirmou Ihor Mazur, membro do Setor Direita.

O tiroteio ocorreu segunda-feira à noite num café. Muzytchko era procurado por associação criminosa. O governo provisório de Kiev deixou um aviso:

“Chamo bandidos, a todos os que se disfarçam no meio do ‘Pravy Sektor’, do ‘Batkivschina’ ou do ‘Samooborona’. Os verdadeiros patriotas estão a defender as fronteiras da Ucrânia, não andam a assaltar empresas e a ocupar casas, como os bandidos, particularmente os que andam com espingardas não registradas”, afirmou o ministro interino do Interior, Arsen Avakov.

Na operação que acabou com a morte de Muzytchko, três alegados cúmplices deste líder ultranacionalista foram detidos e enviados para Kiev onde irão responder a acusações de banditismo.
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Ucrânia: Anunciada a dissolução da “Berkut”

26/02 12:07 CET

O ministro do Interior interino ucraniano, Arsen Avakov, anunciou esta terça-feira a dissolução do corpo da polícia antimotim “Berkut”.
Esta força policial foi utilizada na repressão das manifestações populares que levaram à queda do regime de Viktor Yanukovytch.
Durante a madrugada o ministro escreveu na sua página do Facebook:
“Os ‘Berkut’ não existem mais. Assinei o despacho N.º 144, de 25 de fevereiro de 2014, para a liquidação das unidades especiais da polícia de segurança pública ‘Berkut’”.
Arsen Avakov acrescentou ainda que hoje falará à imprensa para explicar a decisão.
No domingo o partido nacionalista Svoboda tinha apresentado um projeto de lei para dissolver o corpo da polícia de choque, ao qual é atribuída a maioria das mortes durante os sangrentos confrontos da semana passada em Kiev, em que morreram 82 pessoas mortos e cerca de 700 foram feridas.
Também conhecidos por “boinas vermelhas”, os “Berkut” foram criados em 1992 com base em forças especiais da polícia da Ucrânia soviética.

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Fuga de capitais da Rússia já ascende a 3% do PIB



Investidores internacionais e grandes depositantes russos estão a transferir o dinheiro do país. Vice-ministro da economia reconhece que o montante retirado até agora já ultrapassa o total de 2013.

terça-feira, 25 de março de 2014

G7 SUSPENDE RÚSSIA DO G8

Potências aumentam isolamento de Putin, cancelam reunião em Sochi e ameaçam com mais sanções em caso de novas ações para desestabilizar Ucrânia. Moscou ironiza decisão: "É um clube informal, ninguém pode ser expulso." 


Os líderes do G7 e representantes da União Europeia durante o encontro em Haia 

Em reunião emergencial nesta segunda-feira (24/03), os países-membros do G7 anunciaram que não vão mais participar com a Rússia em reuniões dentro do G8 e ameaçaram, junto com a União Europeia, aplicar ainda mais sanções caso o governo do presidente Vladimir Putin tome novas ações que desestabilizem a Ucrânia.
Convocado pelo presidente americano, Barack Obama, o encontro em Haia (Holanda) ocorreu paralelamente a uma cúpula sobre a questão nuclear e é mais um esforço do Ocidente para ampliar o isolamento de Moscou devido à anexação da Crimeia. O G8 inclui, além da Rússia, todos os países do G7 – Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá, França e Japão.
"Suspenderemos nossa participação no G8 até que a Rússia mude seu rumo e o clima volte a ser um em que o G8 possa manter uma discussão significativa", disse a nota conjunta dos países-membros. "Continuamos prontos para intensificar nossas ações, incluindo sanções pontuais que possam ter um impacto significante na economia russa, caso a Rússia continue a escalar a situação."
O primeiro efeito prático da decisão tomada em Haia será a não realização da próxima cúpula do G8, marcada para junho na cidade russa de Sochi. Em vez disso, deverá ser realizado um encontro apenas entre os membros do G7, em Bruxelas.
Fonte: DW.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Primeiro-ministro da Ucrânia: “Não é aceitável começar uma 3ª Guerra Mundial”

O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseniy Yatseniuk, garante que avançar com uma resposta militar contra a Rússia iria desencadear a 3ª Guerra Mundial, “o que não é aceitável”. Yatseniuk defende que “ melhor forma de lidar com a Rússia é impondo verdadeiras sanções econômicas. Porque nesta altura os russos estão a vender gás e petróleo, sobretudo para a União Europeia, ganham euros, dólares e libras e compram armas, veículos blindados e tanques e invadem um país independente.”
Estas declarações foram feitas pelo chefe do executivo de Kiev depois da assinatura da parte política do acordo de parceria entre a União Europeia e a Ucrânia em Bruxelas. O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy considera que “este documento reconhece as aspirações do povo ucraniano de viver num país governado por valores, pela democracia e pela lei, onde os cidadãos podem esperar a prosperidade nacional”
A União Europeia ainda pretende enviar um sinal de protesto ao Presidente russo contra a recente anexação da Crimeia e Sebastopol.
Esta sexta-feira foram apenas assinados os pontos políticos do acordo entre a UE e a Ucrânia. Mas as partes substanciais do documento só vão ser ratificadas após as eleições presidenciais marcadas para 25 de Maio. Este acordo prevê a cooperação política e econômica, incluindo a política externa, a energia e o nuclear e a cooperação judiciária. Está ainda previsto o estabelecimento de um espaço de comércio livre, sujeito a negociações sobre a política de vistos.
Recorde-se que em novembro de 2013, na Cimeira da Parceria Oriental, o ex-presidente ucraniano se recusou a assinar este acordo com a União Europeia depois de pressionado pela Rússia para não o fazer. Uma situação fez despontar toda a crise na no país.
Parte da população saiu às ruas de Kiev, Viktor Yanukovych respondeu com o exército, mas em fevereiro o regime do presidente acabou por cair.

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Ucrânia: Detido presidente da Naftogaz


O presidente da empresa ucraniana Naftogaz foi detido, esta sexta-feira, suspeito de participação num esquema de corrupção em larga escala. Segundo o ministro do interior ucraniano terá custado a Kiev quase três mil milhões de euros.
O ministro acusou Evguen Bakulin de dirigir “um grupo criminoso” no qual estariam envolvidos outros membros do anterior governo de Viktor Yanukovych. O mesmo ministro adianta que o inquérito da polícia poderá revelar perdas, eventualmente, superiores e implicar outras personalidades próximas a Yanukovych.
Estas operações, como escreveu o responsável pela pasta do interior nas redes sociais, servem “para restaurar a justiça e recuperar o que foi roubado”, mas também como “vacina contra a corrupção”.
A Naftogaz, empresa pública de produção e distribuição de gás e petróleo da Ucrânia, é a principal importadora de gás natural da Rússia. Atualmente, deve mais de um bilhão de euros à Gazprom.
A Ucrânia é considerada um dos países mais corruptos da Europa.

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Ucrânia e União Europeia assinam acordo de parceria

Assinado o documento que deu início aos protestos dos últimos meses. Kiev prevê ganhos econômicos na ordem dos 500 milhões de euros com a remoção de taxas aduaneiras.

 
 Yatseniuk e Van Rompuy no momento da assinatura do acordo Olivier Hoslet/AFP


A Ucrânia assinou esta sexta-feira as bases de um acordo de parceria com a União Europeia, precisamente quatro meses depois da recusa do Presidente deposto Viktor Yanukovych em avançar em direção a Bruxelas.
Foi a 21 de Novembro que Kiev anunciou que não iria à cimeira de Vilnius, para a qual estava prevista a assinatura de um acordo de associação. O recuo de Yanukovych deu início aos primeiros protestos na Praça da Independência que levaram à sua queda e à intervenção russa na Crimeia e posterior anexação.
Esta sexta-feira foi o primeiro-ministro interino, Arseniy Yatseniuk, que assinou o Acordo de Associação, lado a lado em Bruxelas com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
O acordo entre a UE e a Ucrânia lança as bases para o estreitamento da cooperação política e econômica, embora partes substanciais só venham a ser ratificadas após as eleições presidenciais marcadas para 25 de Maio.
Esta sexta-feira foram apenas assinados os pontos políticos do documento. Posteriormente serão ratificadas áreas mais específicas, como a política externa, a energia e o nuclear e a cooperação judiciária. Está ainda previsto o estabelecimento de um espaço de comércio livre, sujeito a negociações sobre a política de vistos.
Recordando os acontecimentos dos últimos meses, Van Rompuy afirmou que o acordo agora assinado “é uma homenagem para aqueles que deram a vida pela liberdade”. “Apoiamos todos aqueles que lutam para construir uma Ucrânia aberta e inclusiva”, acrescentou.
Yatseniuk, após a assinatura do acordo, acusou a Rússia de “usar a energia como uma nova arma nuclear”.
A componente econômica do acordo entre o bloco europeu e a ex-república soviética deverá traduzir-se em ganhos de cerca de 500 milhões de euros para a Ucrânia, através de benefícios comerciais, como a remoção de tarifas aduaneiras para produtos agrícolas e têxteis, por exemplo.
Com a economia ucraniana muito degradada, Yatseniuk espera que a parceria europeia promova “substancialmente o crescimento econômico”.
Para o ministro finlandês para a Europa, Alexander Stubb, em declarações à BBC, “este é provavelmente o maior passo que a UE pode dar neste momento”.
Nos planos de Bruxelas está a vontade em acelerar os processos para estabelecer acordos semelhantes com a Geórgia e a Moldávia durante o Verão, segundo o correspondente europeu da BBC, Matthew Price.

Os outros alvos de Putin e o desígnio da União Euro-Asiática

Ao anexar a Crimeia, Moscou cortou as pontes com o Ocidente. Mas não desistiu da Ucrânia, sem a qual a União Euro-Asiática não tem viabilidade. Por isso a Ucrânia será o principal cenário dos confrontos que se anunciam.

 
A anexação da Crimeia abriu uma fase de confronto aberto entre a Rússia e o Ocidente, com repercussões para lá da Europa. Relançou o quase falhado projeto da União Euro-Asiática (UEA). A decisão significa, por outro lado, uma “viragem decisiva” na política externa russa. O próprio Vladimir Putin proclamou no discurso sobre a Crimeia que “a fase pós-soviética da História russa e mundial está encerrada”. Ou seja, mudou a ordem em vigor há mais de 20 anos — não apenas a da Europa Oriental, mas também as regras do xadrez mundial.
“Estamos no princípio e não no fim de uma turbulenta evolução dos acontecimentos”, diz à AFP Nikolai Petrov, da Alta Escola de Economia de Moscou. “Agora, a pergunta é: o que se vai passar a seguir?”
Antes do referendo de 16 de Março, analistas e diplomatas aguardavam a decisão de Putin. Assinaria imediatamente a integração da Crimeia na Rússia ou guardá-la-ia na manga como trunfo negocial para negociar, com Kiev e com o Ocidente, uma ordem favorável na Ucrânia? Ao escolher a primeira opção cortou as pontes. Abriu um precedente que incentiva as secessões. O argumento da proteção das minorias russas alarma os vizinhos, amigos ou adversários.
Os ocidentais não tiveram a percepção da “ameaça” que a expansão da zona de influência da UE representava para a elite russa. Putin não é irracional. A racionalidade das suas ações é que não corresponde aos quadros de pensamento da Europa Ocidental.

Que se segue?
Em termos econômicos e militares a Rússia está em patente inferioridade perante os Estados Unidos. Mas, para Moscou, o que está em jogo na Ucrânia não tem comparação com o que esta significa para europeus e americanos, o que incentiva Putin a correr riscos mais elevados. A Ucrânia e a Bielorrúsia são “Estados-tampões” que Moscou considera vitais para a sua segurança.
Há outros fatores. “Primeiro, o poderio russo está ao lado. Segundo, os europeus não têm poderio. Terceiro, os americanos estão muito longe” — observa o americano George Friedman, presidente da agência de informação Stratfor. Paradoxalmente, a invasão mascarada da Crimeia foi uma “intervenção de baixo risco, uma ação low cost que desfez a impressão de que o poder russo sofria uma hemorragia”. Anulou a humilhação de Fevereiro em Kiev.
A diplomacia europeia — escreve o Monde — “está em estado de choque”. Os EUA serão forçados a entrar em cena, mas, perante o novo quadro, têm de repensar todo o quadro da sua relação com a Rússia. E, num mundo multipolar, as relações nunca são apenas bilaterais. A curto prazo, Moscou tem capacidade para criar problemas a Washington e Bruxelas em áreas críticas — como a Síria ou o Iran — ou para desestabilizar países na sua periferia.
Que se segue? Sugere Friedman: “A mais provável estratégia que a Rússia seguirá será uma combinação de ações: pressão na Ucrânia com algumas incursões limitadas; criar agitação nos bálticos, onde vivem grandes minorias russófonas, tal como no Cáucaso ou na Moldávia.” Na Moldávia, as autoridades da Transnístria, área russófona que se autoproclamou independente, pediram já a integração na Rússia.

A Ucrânia
É na Ucrânia que se centram as atenções. É a chave da União Euro-Asiática. Moscou não se apoderou da Crimeia para compensar “a perda da Ucrânia”. Não desistiu de Kiev. Com ou sem “incursões”, mas certamente com um crescendo de agitação nas cidades do Leste e do Sul, Moscou tem um plano: uma federalização que daria às regiões federadas não só autonomia em política interna, mas também a liberdade de escolherem as suas relações internacionais. Moscou não se satisfaz com uma “finlandização” da Ucrânia, ou seja, com um estatuto de neutralidade e a garantia de não integração na NATO [OTAN]. Cada região ucraniana “deve ter a oportunidade de autodeterminação na sua política externa”, escreveu em Fevereiro Serguei Glaziev, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros da Duma russa. O poder de Kiev estaria sempre refém das regiões russófonas.

quinta-feira, 20 de março de 2014

CRIMEIA, UMA ABSORÇÃO DEMASIADO RÁPIDA



Editorial


Direção Editorial 20/03/2014

Hoje, em Bruxelas, o Conselho Europeu tem pela frente uma difícil tarefa: a de pesar e decidir sanções a Moscou e medidas que atenuem a sua própria dependência energética da Rússia. O problema é que essa dependência é elevada (a UE paga 3,5 milhões de euros todos os meses à Gazprom russa) e não se atenua de um dia para o outro, ao contrário da russificação da Crimeia: ao mesmo tempo que soldados ucranianos eram obrigados a deixar as bases militares sob controlo russo, estavam já anunciados manuais escolares russos até final do mês para as escolas e um aumento das pensões de reforma para o nível das praticadas na Rússia. Tudo rápido, tudo sem oposição que rompa o silêncio, tudo de forma a tornar impossível um retrocesso. É certo que há retaliações econômicas e outras, tais como obrigatoriedade de vistos, mas a velocidade da absorção da Crimeia pela Rússia obriga o mundo a ter de viver com ela. Resta saber a que preço.

 Principais rotas dos gasodutos da Gazprom russa para a Europa