sexta-feira, 21 de março de 2014

Ucrânia e União Europeia assinam acordo de parceria

Assinado o documento que deu início aos protestos dos últimos meses. Kiev prevê ganhos econômicos na ordem dos 500 milhões de euros com a remoção de taxas aduaneiras.

 
 Yatseniuk e Van Rompuy no momento da assinatura do acordo Olivier Hoslet/AFP


A Ucrânia assinou esta sexta-feira as bases de um acordo de parceria com a União Europeia, precisamente quatro meses depois da recusa do Presidente deposto Viktor Yanukovych em avançar em direção a Bruxelas.
Foi a 21 de Novembro que Kiev anunciou que não iria à cimeira de Vilnius, para a qual estava prevista a assinatura de um acordo de associação. O recuo de Yanukovych deu início aos primeiros protestos na Praça da Independência que levaram à sua queda e à intervenção russa na Crimeia e posterior anexação.
Esta sexta-feira foi o primeiro-ministro interino, Arseniy Yatseniuk, que assinou o Acordo de Associação, lado a lado em Bruxelas com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
O acordo entre a UE e a Ucrânia lança as bases para o estreitamento da cooperação política e econômica, embora partes substanciais só venham a ser ratificadas após as eleições presidenciais marcadas para 25 de Maio.
Esta sexta-feira foram apenas assinados os pontos políticos do documento. Posteriormente serão ratificadas áreas mais específicas, como a política externa, a energia e o nuclear e a cooperação judiciária. Está ainda previsto o estabelecimento de um espaço de comércio livre, sujeito a negociações sobre a política de vistos.
Recordando os acontecimentos dos últimos meses, Van Rompuy afirmou que o acordo agora assinado “é uma homenagem para aqueles que deram a vida pela liberdade”. “Apoiamos todos aqueles que lutam para construir uma Ucrânia aberta e inclusiva”, acrescentou.
Yatseniuk, após a assinatura do acordo, acusou a Rússia de “usar a energia como uma nova arma nuclear”.
A componente econômica do acordo entre o bloco europeu e a ex-república soviética deverá traduzir-se em ganhos de cerca de 500 milhões de euros para a Ucrânia, através de benefícios comerciais, como a remoção de tarifas aduaneiras para produtos agrícolas e têxteis, por exemplo.
Com a economia ucraniana muito degradada, Yatseniuk espera que a parceria europeia promova “substancialmente o crescimento econômico”.
Para o ministro finlandês para a Europa, Alexander Stubb, em declarações à BBC, “este é provavelmente o maior passo que a UE pode dar neste momento”.
Nos planos de Bruxelas está a vontade em acelerar os processos para estabelecer acordos semelhantes com a Geórgia e a Moldávia durante o Verão, segundo o correspondente europeu da BBC, Matthew Price.

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