Assinado o documento que deu início aos protestos dos últimos
meses. Kiev prevê ganhos econômicos na ordem dos 500 milhões de euros
com a remoção de taxas aduaneiras.
Yatseniuk e Van Rompuy no momento da assinatura do acordo Olivier Hoslet/AFP
A Ucrânia assinou esta sexta-feira as bases de um acordo de parceria
com a União Europeia, precisamente quatro meses depois da recusa do
Presidente deposto Viktor Yanukovych em avançar em direção a Bruxelas.
Foi a 21 de Novembro que Kiev anunciou que não iria à cimeira de Vilnius,
para a qual estava prevista a assinatura de um acordo de associação. O
recuo de Yanukovych deu início aos primeiros protestos na Praça da
Independência que levaram à sua queda e à intervenção russa na Crimeia e
posterior anexação.
Esta sexta-feira foi o primeiro-ministro
interino, Arseniy Yatseniuk, que assinou o Acordo de Associação, lado a
lado em Bruxelas com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e
o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
O acordo
entre a UE e a Ucrânia lança as bases para o estreitamento da cooperação
política e econômica, embora partes substanciais só venham a ser
ratificadas após as eleições presidenciais marcadas para 25 de Maio.
Esta
sexta-feira foram apenas assinados os pontos políticos do documento.
Posteriormente serão ratificadas áreas mais específicas, como a política
externa, a energia e o nuclear e a cooperação judiciária. Está ainda
previsto o estabelecimento de um espaço de comércio livre, sujeito a
negociações sobre a política de vistos.
Recordando os
acontecimentos dos últimos meses, Van Rompuy afirmou que o acordo agora
assinado “é uma homenagem para aqueles que deram a vida pela liberdade”.
“Apoiamos todos aqueles que lutam para construir uma Ucrânia aberta e
inclusiva”, acrescentou.
Yatseniuk, após a assinatura do acordo, acusou a Rússia de “usar a energia como uma nova arma nuclear”.
A
componente econômica do acordo entre o bloco europeu e a ex-república
soviética deverá traduzir-se em ganhos de cerca de 500 milhões de euros
para a Ucrânia, através de benefícios comerciais, como a remoção de
tarifas aduaneiras para produtos agrícolas e têxteis, por exemplo.
Com
a economia ucraniana muito degradada, Yatseniuk espera que a parceria
europeia promova “substancialmente o crescimento econômico”.
Para o
ministro finlandês para a Europa, Alexander Stubb, em declarações à
BBC, “este é provavelmente o maior passo que a UE pode dar neste
momento”.
Nos planos de Bruxelas está a vontade em acelerar os
processos para estabelecer acordos semelhantes com a Geórgia e a
Moldávia durante o Verão, segundo o correspondente europeu da BBC,
Matthew Price.
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