segunda-feira, 3 de março de 2014

EXÉRCITO UCRANIANO EM "ESTADO DE ALERTA"

Embaixador da Ucrânia na ONU diz que estão 15 mil soldados russos na Crimeia. Sectores mais radicais apelam à "mobilização geral".

O Presidente ucraniano interino, Oleksander Turchinov, anunciou ao início da noite de sábado que colocou o exército em estado de alerta, esperando uma possível intervenção militar russa.
"Dei ordem para colocar o exército em estado de alerta, de reforçara a protecção das centrais nucleares, dos aeroportos e dos locais estratégicos", afirmou Turchinov, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros.
O primeiro-ministro, Arseni Iatseniuk, acredita que "a Rússia não irá lançar uma intervenção porque isso significaria a guerra e o fim de todas as relações entre os dois países".
 
A possibilidade de uma intervenção armada russa já levou a apelos à mobilização popular na Ucrânia. Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição ucraniana que depôs Yanukovych, apelou à "mobilização geral" contra aquilo que designou como "agressão russa".
A mesma ideia de mobilização foi partilhada pelas franjas mais extremistas que apoiaram os protestos dos últimos meses. "É a guerra! A sociedade ucraniana deve mobilizar-se ao máximo", afirmou o partido de extrema-direita Svoboda, através de um comunicado de imprensa em que pedia ao Presidente interino que declarasse o "estado de guerra" no país.
O Setor Direito, um grupo paramilitar nacionalista, também apelou aos seus apoiantes para se "mobilizarem e se armarem urgentemente", segundo a AFP. O seu líder, Dmitro Yarosh, terá mesmo dirigido palavras a Dokka Umarov, o líder separatista checheno, a juntar-se a si contra Moscou, segundo a televisão russa RT.

Após uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU, o embaixador ucraniano nas Nações Unidas afirmou que se encontram 15 mil soldados russos na Crimeia e apelou àquele órgão para que impeça a "agressão da Federação Russa à Ucrânia".

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Sergei Deshchiritsia, pediu à NATO que estude a utilização "de todas as possibilidades para proteger a integridade territorial e a soberania da Ucrânia, o povo ucraniano e as instalações nucleares no território ucraniano". A NATO deverá reunir este domingo depois de a Polônia ter pedido uma reunião de emergência, invocando o artigo 4º, apenas pela quarta vez na história da aliança.

O Presidente polonês, Bronislaw Komorowski, justificou o pedido por receio para o próprio país causado por "uma intervenção militar russa potencial sobre o território da vizinha Ucrânia".

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